abre a tua alma e crescer-te-ão asas

visões, imagens...

assim
para quê seguirmos numa perseguição de palavras...

muitas, inumeras vezes não temos uma razão para a impaciência e/ou cansaço.

surgimo-nos velhos e deixamo-nos ir... como este recanto que vislumbramos e não sabemos onde nos leva ... muito menos nos diz onde queremos ir.
um apenas
sentido
vou.

Não sera o verão feito do calor do nosso pensamento...
do 'borbulhar' de ideias, pensamentos
da acidez de querer
da amargura do desejo que nos consome como as gotas salgadas que exalamos do corpo

essa Brisa que procuramos
intensa

mas cuja vontade é de calma

Usamos a frescura em devaneio

e... cansamo-nos...
do sal que bebemos...
dos escaldantes momentos que depois doem...
das palavras humidas que julgavamos aquecerem-nos depois do calor passar...



... mas não passa


pensamento

ideias

o ser.
Foto web

Parámos à porta da meretriz...

Os românticos celebravam
as formas elementares
da Natureza

Jogos imaginários
de hipótese

De novo a Natureza
a imitar a arte

sente-se orgulhosa de si mesma
à medida que se exibe

A manhã
de sandálias prateadas
surge...
A música possui-nos.

E assim

Fotografia de Cristiana Gaspar *



Fui possuída invadida abraçada extasiada pela respiração ofegante calma intensa de uma mulher…

Aqui

Fotografia de Cristiana Gaspar *





* Palácio de Cristal, Parque del Retiro, Madrid
Exposição: Kimsooja “ To Breath- A Mirror Woman (Respirar- Una mujer espejo)”
Exaurímo-nos pela calçada de manhãs infundas de braços, olhares, mares que nos aclamam. Amanheceste coberta de sal da viagem que te prometera. Buscava-te num tímido gesto. Acariciava-te os cabelos entrelaçados nos lençóis e chamava-te Minha.

Assim me falaste um dia, nesses de chuva que contemplávamos ao som do amor. E falávamos muito através da ilusão...

1 Ano




De entre ausências presentes, te observo, penso, acarinho.
A quem pela perfeita ilusão se ilude... obrigada!

E ... nos tempos de espaço espaçados cruzamo-nos

esqueci-me que te esqueci
e nesse instante
catacumba revolta
estendi-me na solidão

despi o vento de manto negro
Fotografia de Christian Coigny



mantendo-os entre as pernas
jurando ao desespero o seu amor
volta-se do pensamento no instante em que a acordas entre beijos

a imperfeição nitida de imagens
espaços cruzados envolvências mescladas em tons
Fotografia de Cristiana Gaspar
'Dizes-me... continua!'







'Sim... mas...













e... depois?!...'




Nessas linhas, traços que desenhas enquanto caminhas
a fala dos gestos que se ouve sussurrar ao ouvido

Nas vestes que incorporas e das vida

No aroma primaveril a flores levemente tocadas pelas gotas de contemplação

vou-te amando com o olhar...
Apareceste em mim
deste-te e...
sob a penumbra de verao mantido entre sorrisos de angustia

surges

luz de entre calçadas mais do que gastas,
pedras mais que calcadas de murmurios e lamentos

mas tu...

a alva bruma do amanhecer
e assim ficamos neste impasse que nos transforma em restos cinzas ofegantes abraços memorias despojos





e fico-me assim hoje...
por estas ilhas atlanticas
entre lembranças e aspirações

pertencendo-me
prendo-me na tua pele
suave repleta
vida a que vou pertencendo
ao te percorrer

insinuo-me
Quero-te!
Porquê?
Pelas manhãs sorridentes
que me foste permitindo.
e as lágrimas?
Essas escorrem e embriagam
Acompanhas-me?
indubitavelmente já caminhamos e descobrimos
Posso beijar-te os lábios?
sim... ainda os sinto!

Acendeste a chama da vida
em mim como um suspiro
quando te sei perto
por vezes em pensamento

Fotografia de Cristiana Gaspar

Nessa praia onde estás e me pensas...
porque não me levaste nesse caminho que poderia ser nosso..
para esse sul de encantos?

Leva-me... como esse beijo timidamente desenhado entre um suave
'Dorme bem'



Fotografia de Cristiana Gaspar
E se me abandonasses agora...
e eu pudesse dizer adeus!..
Esperava de mim o momento de dizer
Amo-te

Ouvi-te chegar.
Era já tarde a noite que amanhecia.
Beijaste-me a testa… o meu olhar consola e vela o teu sono.
Tu, como um anjo depositado nos meus braços.
Dei por mim a invejar num querer dormir assim, calma e docemente como uma criança, eu, a teu lado.
E quem saberia os sons a fazer, os movimentos em linhas de pensamentos, a respiração que parece parar para encontrar o ritmo da minha..?!...

Mesmo sabendo que as palavras se perdem entre o buscar de uma caneta, o não te acordar e me mexer… não consigo permitir-me o sono e não te escrever o teu dormir.


Lord Frederic Leighton - Flaming June

partilhas

olhar...
o cigarro que acendemos e depositamos
calmamente esfumando-se
consumindo-se ao ritmo
musicalmente proprio


foto web

como se o fumassemos com alguém