abre a tua alma e crescer-te-ão asas

e não falara??!! este vento que nos 'assombra'..penetra na imensidão do que pensamos?! nos sonhos que desenhamos?! nesse querer... ter, estar, sentir...
palavras que não ouvimos por receios e no entanto queremo-las! terna e intensamente!

segue-me! [cega-me!!]

nesse levar que é teu! tão e apenas


TEU
ouvi-las-as ainda?
Anoitece cada vez mais cedo
e com ela [noite] a intensidade do amor...
suspendemos no espaço o tempo
trocamos o medo por suspiros
sorrimos ao mundo numa entrega
Era já Outono corrido nas árvores que se vão desnudando atempadamente como nós.
Vestimo-nos de castanhos, arriscámos o toque do tronco húmido de ardência.
A nudez ainda tímida, folhas que ainda vestem os corpos timidamente repousados lado a lado num mesmo leito onde as raízes se vão entrelaçando ternamente...
... aromas que envolvem... um arrepio
toque ténue da lingua desnudando o corpo... batidas ofegantes

excitação externamente desenvolvida
esse olhar que penetra e suspira

Por onde deambulam as tuas mãos?
O que ja tocaram?e o que querem ainda descobrir?
... contorno as formas entre as gotas...
sorvo o gosto de cada instante
partilhado
suavemente sigo o calor. deixo-me invadir. gentilmente os labios depositados no decorrer da linha que me leva ao refugio...
sinto vontade das imagens, desejos de reticências
saber-te
conhecer-te
entrar em ti
Beijei a saudade...

neste jardim em que as gotas caem
semelhantes a lágrimas
respiro e em ti penso

fecho os olhos...
o teu sorriso invade-me
o teu calor quando ternamente me abraças

Já reparaste como as árvores parecem mulheres?

este é o meu refúgio...

musicas folhas poemas

os delírios de quem ama
Num belo dia de chuva

Eu Aconteci...

ela abriu as suas pernas
na madrugada de Outono

bela como a deusa
que em si despertava

Brandou aos céus
virgindade dos seios

Juntos... o sol e a lua
todos os passaros
celebraram com os seus cantos.




Obrigada!!
Le Baiser (The Kiss) , Man Ray
Water Serpents I, Gustav Klimt

'A perola branca dos blues'


KOZMIC BLUES
By Janis Joplin and Gabriel Mekler

Time keeps movin' on
Friends they turn away
I keep movin' on
But I never found out why
I keep pushing so hard the dream
I keep trying to make it right
Through another lonely day, whoa

Dawn has come at last
Twenty-five years, honey just in one night, oh yeah
Well, I'm twenty-five years older now
So I know we can't be right
And I'm no better, baby
And I can't help you no more
But I did when just a girl

Aw, but it don't make no difference, baby, no, no
And I know that I could always try
It don't make no difference, baby, yeah
I better hold it now
I better need it yeah
I better use it till the day I die, whoa

Don't expect any answers, dear
Ah I know that they don't come with ease, no, no
Well, ain't never gonna love you any better, babe
And I'm never gonna love you right
So you'd better take it now, right now

Oh! But it don't make no difference, babe
And I know that I could always try
There's a frightened side of everyone of us
You'd better need it now
I got to hold it, yeah
I better use it till the day I die

Don't make no difference, babe, no, no, no
And it never ever will, hey
I wanna talk about a little bit of loving, yeah
I got to hold it, baby
I'm gonna need it now
I'm gonna use it, say, aaaah

Don't make no difference, babe, yeah
Ah honey, I hate to be the one
I said you better live your life
And you better love your life
Or babe, someday you're gonna have to cry
Yes indeed, yes indeed, yes indeed,
Ah, baby, yes indeed.

I said you, you're always gonna hurt me
I said you're always gonna let me down
I said everywhere, everyday, everyday
And every way, every way
Ah honey why do you hold on to what's gonna move
I said it's gonna disappear when you turn your back
I said you know it ain't gonna be there
When you wanna reach out and grab on
Whoa babe, whoa babe, whoa babe
Oh but keep truckin' on
Whoa yeah, whoa yeah, whoa yeah
Whoa, whoa, whoa, whoa, whoa


35 anos depois...
Todas as coisas que vemos, mundos que encontramos
tudo se assemelha a estátuas de histórias que vivem em espasmos de movimento.
Entregámo-nos ao suave despertar do corpo ternamente enlaçado um no outro sem fim. Mantinha-me de olhos abertos a olhar-te e pensar-te… conversas que sabia não conseguir dizer-tas quando acordasses.

«Pega-me nas mãos novamente… leva-as pelo prazer. Deposita no meu corpo o suor da tua alma. Entra no túnel dos sonhos e incendeia o meu espírito.»

O amor, aquele que vi e toquei por instantes, dilui-se agora no vento…
No teu olhar despertei e cresci, renasci das cinzas dos lamentos angustiantes solidões. Quebrou-se o gelo do sentir.

Não descanses novamente o teu espírito no meu peito nem os teus doces lábios na minha boca pois assim não te poderei deixar partir pelo caminho que nos afasta e separa e te leva por uma outra estrada onde um dia, num cruzamento, nos voltaremos a encontrar…
Senti novamente os raios de sol queimarem-me a pele num beijo, o rio erguer-se para mim.
Fecho os olhos e sorvo o néctar que havia estupidamente condenado ao esquecimento.
Descalcei-me e senti novamente o bater da terra, palpitação…O vento apagará o meu rasto com uma lágrima… apenas uma.