abre a tua alma e crescer-te-ão asas

Começou um novo dia… inicia-se a hora da loucura e dos excessos, do prazer sem limites… e da dor incontornável de mais um dia que recomeça sempre sempre igual a todos os outros.
Nessa hora permito-me entrar em mim, deambular, perder-me.
Começa a traçar-se a grande representação da noite… e a celebração do dia.
É terrível e tristemente avassaladora a última noite de amor… o último beijo abençoado.
O único mar de prazer e contemplação é aquele que suavemente delineamos em pensamentos.

Cansei-me de esperar. Os olhos doem-me de tanto procurar uns outros. Agora sei que apenas no meu reflexo depositado num espelho de histórias poderei encontrar-me, apenas em mim e para mim poderei encontrar o deserto que me sossega e a águia que anseia levar-me.
Vou… ao sabor do vento na louca procura das pétalas brancas dos teus lábios. Vagueio pelas linhas marcadas nas tuas mãos, monte-de-vénus onde não há tempo… apenas marcas.
Procuro um repouso, um sítio onde me refugiar desse momento que se tornou presente.
Chorei em silêncio, derramei lágrimas no teu colo… as que eram tuas, por ti. Esperava calmamente em desespero esse momento em que renasceria e deixaria para trás as memórias, abriria as portas ao futuro…diferente – em mim, em ti, em nós.
Deixei-me ficar num silêncio que só a mim doía…libertei as últimas gotas salgadas do que um dia foi a vida – a alegria, o sofrimento, a dor, o prazer, a angústia, a traição e solidão – o amor.
Libertei-me desse fardo, belo demais para mim, e depositei-o no teu dorso – o único em que poderia fazê-lo, o que me tinha permitido tudo isso por momentos.
Um raio feriu o sol, trespassou a lua e perdeu-se no percurso infinito misterioso de uma estrela.
Acabei por me desfazer sob a máscara que usei para enfrentar o mundo e a dor da solidão.
E agora, parte dessa máscara, vil e fria, tornou-se o meu rosto e nenhuns olhos – espelhos – poderão seduzir-me e conhecer-me. Parte de mim morreu e irá destilar-se no tempo do esquecimento.
Desejava entrar em ti para saber como me olhas e sentes… o que guardas ao sentires o toque da minha alma.
Que florescesses para sempre nas minhas mãos para que estivesses perto de mim e me sentisses… que voltasses a morder o meu rosto de prazer e expelisses a exaustão do desejo.

A saudade e a solidão assolaram-se e dei-me a ela como a ti. E toda a memória e lembranças estão marcadas na minha boca, rosto, corpo e alma que te entreguei.

Sou tua eternamente…

teu mundo envolvente de ti em segredos e vivências… sombras deslizantes.

Sei que desespero e te desespero…

dói imaginar-te só como a dor de imaginar não estares…
tempo que mata e corrói na batida do coração.

Terei tocado e permanecido em ti como entraste e estás em mim?!...
Partilhamos momentos… intensas vivências. Expusemos o corpo e alma ao sabor do desejo… almejávamos saciar a dor da solidão. Mas toda e qualquer embriaguês deseja prolongar-se… os dias vão passando e a Lua reflecte o teu olhar. sensualidade
Refugiámo-nos demasiado tempo em jogos de desespero e sensualidade… tentávamos enfeitiçar. percorríamos os traços de ambos os rostos e não ousávamos beijar-nos.
Nos olhos o desejo e vontade de nos entregarmos… e as palavras que refreavam os gestos.
Todos os dias me deitava a pensar como seria o sabor dos teus lábios… o calor do teu corpo.
Quanto tempo mais teríamos que nos levar por provocações?!...
Sentir-te tão perto e tão longe… guardo demasiados desejos e ardências na minha alma.
Um ... QUERO-TE
que se transforma na ridicularidade de um corpo

Um ... AMO-TE
cujo desenvolvimento se torna um até nunca na forma mais simplista!

Distante
a memória e a lembrança
solidão
sentida inúmeras vezes que até nos perdemos nos seus recantos e ousámos deixá-la para os outros com quem estivemos

dei-te
no meu olhar e ausência
o espaço na minha alma dormente de dor e angústia

As palavras ou a sua inexistência ferem como lâminas
gumes com que nos cortamos e despojamos perante um outro.
A noite é só mais um retrato da tua ausência.

Desejei o corpo e perdi a alma.
Uma vez mais deixamo-nos levar pela linguagem… rudes palavras… para não mais vivermos o silêncio do sentir.
Agora já nem as palavras persistem e o silêncio… que outrora amávamos enquanto nos amamos… perdeu-se no tempo.





o meu corpo arde em feridas que não sei descrever... um aroma, uma cor...
uma rosa branca






Foto web

Um presente

Aspera-se sempre mais quando se ama
mesmo sendo a dor cegamente dura de ausência...
desse toque sentido sem corpo
dessa inconstância intensa de querer.




se soubesses que assim ardes em mim...




Fotografia de Cristiana Gaspar
Um suspiro que lançamos ao vento

- imaginario solene que nos penetra
qual penumbra que sobre nos
se sobressalta




Vamos?!... Ficamos?!...
interessara no fundo qualquer ou alguma das questões?!? Desde que estejamos...
Liberto-me do que possamos ter questionado/duvidado... com um sorriso prendo-me onde e como estamos... um ficar nosso, de e para... e as perguntas, serão outras, noutros horizontes.



Perco-me... queres que me perca?!... sabes que a perder-me é em ti..para ti..
Se me sofrer queres que te sofra?! As duas lagrimas são tuas
aroma e sorriso
E que se perpetuem...
Amemo(s)...(nos) ... ao som do jazz...da musica que delineamos e nomeamos nossa!!
Vem!!! Sem questões!


aqui... batalhas travadas...amor
e como ainda doem as pedras
pulsam as lagrimas e aromas
Adoro-te em cada olhar
onde me perco
no complexo que abraças


Fotografia de Cristiana Gaspar
Antes de partires, ou melhor, voltares disseste-me
"credo di amarti"
De modo subtil e sem palavras ou discursos pedi-te que ficasses...
mas a tua vida à qual não pertencia aguardava-te.
Guardo em mim o teu sorriso tão puro, sereno, tímido...essa lágrima que nos olhos se formava num
"não posso..."
dá-lhe toda a tua alma, o que de melhor tens em ti – o teu amor.
Incondicional pureza de sentir contempla o espírito ao olhar
olhá-la e desejá-la
seduzi-la… suave mão que percorre o corpo sem nunca lhe tocar.
“Dás sentido à minha vida e existência. Acredito em ti e tudo te deposito. Um dia abrirás os olhos e vais-me amar.”
Tinha tudo o que os outros desejam e no entanto eras tu e só tu o motivo de acordar todos os dias… quem me fazia viver. Tudo o resto não passavam de fachadas e tu precisavas de mim… de alguém que te amasse e despoletasse em ti a vontade de novamente olhar e viver.
Parecia um crime não ver todos os movimentos, expressões do teu rosto. Sabia que me ouvias e sentias… o teu respirar acalentava-me a alma de certeza. O amor tudo desperta – abririas novamente os olhos permitindo-me a bênção de te voltar a ver dançar.
Não me cansava de olhar para ti e contar-te o que não podias ver. Fazer com que o mundo te tocasse enquanto descansavas.
Tinha presentes todos os teus simulados sinais… uma luz.
Atravessamos a estrada do excesso e o mundo… aquele de que te falava e do qual te escondeste… separou-nos.
Acordaste e não mais me permitiram olhar-te…
procuraste-me mas já não estava. Morri quando te despediste e nos olhos – espelho - vi que era para sempre.




foto web

Quero embeber-me de ti em ti
explorar-te… desenhar-te nas minhas mãos
saborear cada recanto que descobrir….
perder-me nos teus lábios marcadamente teus
que me conduzas em suspiros…
fôlego ardente sussurrado.
os corpos entrelaçados…
ardes em mim… sinto-te a percorreres-me
procura-me!
desejo ardente de te ter…
quero seduzir-te
(que caminhemos na humidade de um toque)

Sedáticas harmonias

o olhar é calmo… imponente…
exprime mais que as mais numerosas palavras.

O sonho confunde-se com a realidade… um beijo.
Ouço tambores e pianos
e caminho na sua direcção…

é a tua alma que dança com a minha
no cimo das árvores
como a criança que um dia construiu uma cabana nas folhas…
todos os dias o despertar no topo…
profundeza e altura distantes reflectindo o nosso rosto… a fusão.

Caminho por entre a Natureza
e, se nas gotas de chuva sentires a minha alma tocar-te
como pela mão do Sol
então possuis-me
e eternamente
a teu lado adormecerei e acordarei para o novo dia que contemplaremos.

Aperta-me no teu peito nu!
caminhos do mundo
como num sonho
navego no teu sorriso

A Natureza curva-se perante tal beleza

Amo-te…

de que serve a confissão quando a verdade é tão evidente?!...
música nos suspiros que partilhámos e nos permitimos
ondas de sons divinos…
alma ardente
que num feixe de luz
se consome num acto de amor
os corpos nus entrelaçados
(- bela imagem! )

pelas gotas… manifestações… tornámo-nos um
pelos teus cálidos suspiros perco-me na peregrinação de ti

Acredito que reinventei uma nova forma de vida na minha alma…
o mais belo poema… TU!

desenham-se madrugadas
enquanto o teu corpo se esconde

que farás se me habituar ao aconchego dos teus recantos?!...
se o meu corpo
- quando nos unimos –
não mais de perto de ti desejar sair?!...


o meu mais especial está em ti…
Olhamos numa mesma direcção
e depositamos nesse momento
a nossa última réstia de esperança.



Fotografia de Cristiana Gaspar