abre a tua alma e crescer-te-ão asas

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mas esse espaço continua assim… despojos infiltrados na madeira que um dia luziu, nas estantes onde um dia um sorriso despontava pela grandeza que exalavam os livros pensamentos desse tempo… o tempo em que a altivez sobressaía dos poros… um inclinar ténue da cabeça ao sol, permitir o vento delinear em imensas linhas o contorno de um leve e sedutor sorriso, raiar impenetrável … sedução.

os olhos levemente cerrados dizendo « vem! ousa!».

todas as conversas em silêncios faladas, nesse estar ouvindo, os silêncios que a tantos assustam e eram assim… puros, verdadeiros, compreendidos. as palavras que tantas e repetidamente apenas foram afastando esse olhar soberanamente mel duns lábios que semblavam mover-se permanecendo assim… ávidos de sentir.

por uma vez a mala desfeita. roupas que permaneciam sempre no albergue do ir ousavam seguir o estádio do ‘aqui’ e assim confortavelmente penetravam os espaços julgados já libertos. numa ausência de espectros permaneciam…inteiramente ali.

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(um outro pequeno breve excerto...)